quarta-feira, 26 de março de 2014

Seguir a Estrela e ter fé


“Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.
Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado assim como toda a cidade de Jerusalém.
Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”.  Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”.
Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino.  Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande.
Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra.
Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.”
                                                                                       Mt 2,1-12
Muitas vezes, nós estabelecemos uma meta para a nossa vida, com a certeza de que é o melhor para nós.  Em muitos casos, até mesmo a perseguimos, porque a meta é resultado de nossas orações, de nossa aliança com Deus.
Ao persegui-la, descobrimos que devemos mudar, porque o caminho para alcançá-la se mostrou duro demais (apesar de nossa resiliência, de nosso esforço).  Este é o momento de frustração, de baixa autoestima, de desespero, até mesmo de desapontamento com Deus: lutamos tanto, rezamos, “seguimos a estrela” até as últimas consequências... e, não conseguimos.  Segui a Estrela, caminhei sem cansar, venci minhas dificuldades de saúde, ultrapassei meus limites de competência, mas não consigo!  Não devemos nos autoflagelar por termos este sentimento; ele é absolutamente humano.
É o momento de parar e refletir: Senhor, aonde está o Menino?  
Nestes momentos, aparece o Herodes, que sempre quer nos tentar, seja porque nos oferece algo que parece melhor (o poder, o dinheiro, a glória), seja simplesmente para nos afastar da Estrela.  Também não devemos nos sentir culpados: o demônio está aí, ele existe, ele é a “sombra” que tenta nos fazer reagir pelo ímpeto do desespero.
Insistamos... Perguntemos: Senhor, aonde está o Menino?
Deus sempre tem um plano mais inteligente, mais eficaz, mais adequado a nós mesmos.  
Nem sempre este plano nos parece eficiente.  Quando reencontramos a Estrela, indicando um caminho diferente, nos perguntamos “Senhor, então, por quê eu tinha que passar pelo outro caminho?  Não era muito mais fácil se a Estrela me tivesse guiado pelo caminho mais curto, para que eu não tivesse que passar pelo sofrimento, pela luta, pelo desapontamento, pelos desafios da falta de saúde, pela sensação de que sou fraco e não sou capaz de caminhar sozinho?”  
De fato, alcançar a meta é importante, mas mais importante é o caminho: alcançar a meta nos faz sentir fortes, mas é o caminho que fortifica.  E, somente Deus sabe aonde está a Estrela e o melhor caminho para cada um de nós.  É a nossa prova de fé de que Ele vai mostrar o caminho até o Menino e que, ao vê-Lo, vamos sentir sua presença plena, pelo sacrifício que fizemos para encontrá-Lo.
“Senhor, aonde está o Menino?”
Fazer-nos esta pergunta não significa que não sejamos capazes de encontrá-Lo.  Significa colocar nossa competência, nossa saúde, nossos empreendimentos, nosso tempo e nossas frustrações ao inteiro serviço de Deus, com a fé de que Ele sempre quer caminhar conosco e com a certeza de que a meta, afinal, é Ele mesmo.

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