segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Homilia do Papa Francisco de 11-11-2013 sobre a consistencia da vida do cristão


Homilia do Papa Francisco de 11-11-2013 sobre a consistencia da vida do cristão, realizada na Capela de Santa Marta em Roma

Aquele que não se arrepende e ‘simula ser cristão’, faz muito mal à Igreja.  devemos estar atentos para que não nos convertamos em ‘corruptos”.

O Papa reafirmou que todos nos devemos dizer ‘pecadores’, mas devemos estar atentos para que não nos convertamos em ‘corruptos’. Quem é um benfeitor da Igreja mas rouba o Estado é um ‘injusto’ e realiza uma ‘vida dupla’.

Jesus “não se cansa de perdoar e nos aconselha a que façamos o mesmo”.  O Papa se concentrou nesta homilía na exortação do Senhor a que perdoemos nosso irmão arrependido, assim como fala o Evangelho.  “Quando Jesus pede que se perdoe sete vezes ao dia, faz um retrato de si mesmo.  Jesus perdoa, mas diz: ‘Atenção a quem causa escândalos’.  Não fala de pecado, mas de escândalo, que é outra coisa.  ‘É melhor para ele que ponha uma pedra de moinho em seu pescoço e se jogue ao mar, antes que escandalize a um destes pequenos’”. 

O Papa pergunta: “qual é a diferença entre pecar e escandalizar?”

E responde: “a diferença é que quem peca e se arrepende, pede perdão, se sente frágil, se sente filho de Deus, se humilha e pede, precisamente, a salvação de Jesus.  Mas o que escandaliza, o que escandaliza?  Não se arrepende, continua pecando e finge ser cristão: a vida dupla.  E a vida dupla de um cristão faz um mal imenso. ‘Mas eu sou um benfeitor da Igreja!  Coloco a mão no bolso e dou à Igreja!’  Mas com a outra mão, rouba o Estado, os pobres... rouba.  É um injusto.  Esta é a vida dupla!  E isto merece, diz Jesus e não eu, que lhe ponham uma pedra de moinho no pescoço e que seja jogado ao mar: não fala de perdão aquí.

Esta pessoa engana.  E aonde está o engano?  Não está no Espírito de Deus.  Está na direrença entre o pecador e o corrupto.  Quem conduz uma vida dupla é um corrupto.  Muito diferente de quem peca e gostaria de não pecar, porque é fraco, busca o Senhor e Lhe pede perdão:  este, o Senhor ama e acompanha; e quer estar com ele.

E nós, sim, devemos nos dizer pecadores, todos o somos.  Mas não somos corruptos.  O corrupto está fixo em um estado de auto-suficiência, não sabe o que significa a humildade.  Jesus dizia a estes corruptos: ‘a beleza de ser sepulcros brancos, que parecem belos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos mortos, de putrefação’.  E um cristão que se vangloria de ser cristão, mas que não tem uma vida de cristão, é um destes corruptos.  Todos conhecemos alguém que está nesta situação e o quanto de mal fazem à Igreja!  Cristãos corruptos, sacerdotes corruptos: quanto mal fazem à Igreja!  Porque não vivem no espírito do Evangelho, mas no espírito mundano.”

O Santo Padre recordou o que São Paulo diz claramente em sua Carta aos Romanos: ‘não se conformem a este mundo’.  E ainda precisa: “o texto original é mais forte, porque afirma que não se pode entrar nos esquemas deste mundo, nos parâmetros deste mundo: esquemas que são este espírito mundano, que leva à vida dupla.

E Jesus não chamava a estes de ‘pecadores’, mas de ‘hipócritas’.  Ele não se cansa de perdoar, mas somente com a condição de que o pecador não queira levar esta vida dupla e de que vá a Ele arrependido.  Peçamos hoje a graça ao Espírito Santo para que nos livre de todo o engano, peçamos a graça de nos reconhecer pecadores: somos pecadores: pecadores sim, corruptos não.”

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