Evangelização e São Tiago
Nesta sexta-feira (dia 25 de julho), comemoraremos o dia de São Tiago Maior.
Tiago é sempre citado como um dos três primeiros apóstolos, além de figurar entre os prediletos de Jesus, juntamente com Pedro e André. Como os outros apóstolos, ele é um símbolo da evangelização: foi para a Espanha, percorrendo-a de norte a sul, e evangelizando.
Este é o tema que gostaria de propor para esta semana: como uma só pessoa (humana, como nós) pode transformar todo um hemisfério. Se não fosse por Tiago, talvez a Espanha não tivesse sido evangelizada. Talvez toda a América Latina não tivesse sido evangelizada.
O sentido de missão de um só homem, incansável, caminhante, movido apenas por uma fé imensa no Cristo, pode dar-nos a possibilidade de estar aqui, hoje, escrevendo sobre a evangelização.
“Evangelização significa simplesmente pregar o Evangelho. A palavra grega εὐαγγέλιον originariamente significava uma recompensa dada ao mensageiro por boas notícias (εὔ significa "bom" e ἀγγέλλω significa "eu trago a mensagem"). Por esta definição, a evangelização tem sido uma função primordial da Igreja, desde que Jesus iniciou sua vida pública, suas pregações e a escolha de seus discípulos.”[1]
A recompensa de pessoas como Tiago era a própria evangelização. Para isto vivia e se alegrava simplesmente com a missão, com o fato de que as pessoas pudessem conhecer o Cristo que ele conhecera e, com isso, pudessem se converter.
Muitos de nós poderiam dizer que “Tiago é um outro caso: ele viu o Cristo e é um santo; nós não O vimos e nós não somos santos”. Eu gostaria que tentássemos nesta semana, dar uma oportunidade a nós mesmos de pensar diferente, e, analisando, pudéssemos mudar nossa forma de agir.
O que faz um homem pobre, nascido em um lugar pobre, doze anos antes de Jesus, seguí-Lo até as últimas consequências, pregando, escrevendo e dando o exemplo? Consta que Tiago foi flagelado e morto no ano de 42. Logo, sua evangelização não durou mais que 10 anos. Nestes 10 anos, ele conseguiu mudar completamente todo um hemisfério.
Recomendaria que, durante esta semana, nós também fizéssemos um plano de 10 anos para cada um de nós. Puséssemos num papel o que poderíamos fazer para mudar, não o nosso hemisfério, mas a nossa família, o nosso trabalho, o nosso ambiente social, nossa conferência ou Conselho vicentinos. Ao escrever este plano, coloquemos o papel aos pés de Ozanam e Vicente (também de Tiago), como nossa doação a eles; ao próprio Cristo. Uma vez “doado” o plano, comecemos a caminhar para realizá-lo.
Não é necessário ir até a Espanha para fazer o caminho de São Tiago. Podemos percorrer o mesmo caminho, com as mesmas dificuldades, com a mesma fé, com a mesma contemplação, nas estradas que a nossa vida nos mostra. Caminhar e resistir às tentações e falências do nosso dia-a-dia é muito mais cansativo e desafiador do que caminhar os sete caminhos de São Tiago. Evangelizar em nossa casa é muito mais difícil do que carregar uma mochila por 50 quilômetros na Espanha. Convencer os outros em nosso trabalho, em nossa comunidade, em nossa conferência, em nossa visita ao assistido, é muito mais duro do que percorrer os caminhos santos e banhados do suor do discípulo chamado por Jesus de “filho do trovão”.
Se dermos o exemplo do Cristo, em nome Dele, no nosso dia-a-dia, sentiremos que também somos os prediletos do Mestre. Uma vez sendo prediletos, nada mais fará sentido, porque descobrimos a liberdade de viver só para Ele, em cada circunstância que o caminhar da vida nos impuser.
[1] Retirado do livro “Liderança
Evangelizadora” – Eduardo Marques Almeida – a ser publicado em setembro de
2014.
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