domingo, 13 de julho de 2014

Biografia e significado da Cruz de São Bento


Biografia e significado da Cruz de São Bento
 


"Escuta, filho, os preceitos do Mestre, e inclina o ouvido do teu coração; recebe de boa vontade e executa eficazmente o conselho de um bom pai, para que voltes, pelo labor da obediência, àquele de quem te afastaste pela desídia da desobediência. A ti, pois, se dirige agora a minha palavra, quem quer que sejas que, renunciando às próprias vontades, empunhas as gloriosas e poderosíssimas armas da obediência para militar sob o Cristo Senhor, verdadeiro Rei”      

Prólogo da Regra de São Bento


No dia 11 de julho, comemoramos o dia de São Bento.

São Bento viveu entre 480 e 547, aproximadamente.  Nasceu em Núrsia, interior da Itália. Ainda jovem foi enviado para Roma para estudar, porém não se adaptou a vida desregrada da cidade grande e decidiu isolar-se como religioso.
 
Os monges beneditinos são considerados os guardiães da cultura e do saber cristão.  De fato, ao fundar o Mosteiro de Monte Cassino, que serviu de exemplo para muitos outros mosteiros, São Bento, sem querer, difundiu na época a importância de preservar documentos e manuscritos. Porém ele não tinha como principal intenção ser apenas um guarda da cultura cristã.

É um exemplo das virtudes teologais (fé, esperança e caridade), através da disciplina, da oração, da contemplação e do trabalho.

Vale à pena estudar a Regra de São Bento, que deixou aos seus monges.  Hoje, ela serve, inclusive, de estudos adaptados à gestão empreendedora e à psicologia.  Nestes últimos sentidos, recomendaria a leitura dos livros do monge beneditino alemão Alselm Grün.

Existem diversas facetas virtuosas deste santo completo e que é chamado de Pai dos Monges do Ocidente.  Todos os dias podemos nos dedicar a estudar uma delas.

Talvez uma das mais importantes virtudes de São Bento é a fé incondicional em Cristo, como o unico que pode livrar-nos do mal, da tentação e da ação do demônio.  Um dos fatos mais marcantes de sua vida, e, por isso, refletida no cálice que se põe em sua imagem, aconteceu em um mosteiro que dirigiu, antes de fundar a sua ordem.  Por causa de sua fama de santidade, São Bento foi chamado para ser o abade (superior) do convento de Vicovaro. Ele aceitou, desejando prestar um serviço. Porém, não aceitou a vida que os monges viviam, porque não era de acordo ao que ele achava que deveria ser o seguimento de Cristo.  Foi se formando entre os religiosos uma antipatia contra o santo, chegando ao cúmulo de tentarem matá-lo com veneno, mas, abençoando a taça de vinho envenenada, como fazia com todos os alimentos que comia, ela se quebrou.

Abandonou estes monges e seguiu por diversos lugares até chegar a Monte Cassino onde fundou um mosteiro e redigiu a Regra por qual este e outros mosteiros deveriam se orientar.  Por isto, em sua imagem, também se coloca tradicionalmente, um livro de regra, junto com o cálice.

São Gregório narra que Bento teve uma visão antes de seu fim : “De súbito, na calada da noite, olhou para cima e viu uma luz que se difundia do alto e dissipava as trevas da noite, brilhando com tal esplendor que, apesar de raiar nas trevas, superava o dia em claridade. Nesta visão, seguiu-se uma coisa admirável, pois, como depois ele mesmo contou, também o mundo inteiro lhe apareceu ante os olhos, como que concentrado num só raio de sol”

São Bento usava com frequência o sinal da cruz. Utilizava como forma de proteção, salvação e afirmação da vida e obra de Jesus. Fato é o episódio em que o cálice envenenado quebra-se ao ser feito o sinal da cruz sobre ele. O sinal da cruz era recomendado por ele a todos que estivessem passando por alguma aflição ou tentação maligna. Uma cruz era o selo dos monges na carta de sua profissão quando não sabiam escrever.

É dentro deste contexto que se coloca a medalha de São Bento.  Ela foi esculpida primeiramente nas colunas do mosteiro de Monte Cassino.

 
Na frente da medalha lê-se:
Ejus in ibitu nostro praesentia muniamur.
Sejamos protegidos pela sua presença na hora da nossa morte.
Nas medalhas atuais, freqüentemente desaparece a frase que é substituída por esta: Crux Sancti Patris Benedicti, ou, mais simplesmente, pela inscrição: Sanctus Benedictus.

No verso encontram-se as seguintes inscrições:

·  CSPB      - Crux Sancti Patris Benedicti    - Cruz do Santo Pai Bento

·  CSSML   - Crux Sacra Sit Mihi Lux           - A Cruz Sagrada seja a minha Luz

·  NDSMD  - Non Draco Sit Mihi Dux           - Não seja o dragão (demônio) o

    meu guia

·  VRS        - Vade Retro Satana                  - Para traz satanás

·  NSMV     - Nunquam Suade Mihi Vana    - Nunca seduzas minha alma

·  SMQL     - Sunt Mola Quae Libas             - São coisas más que brindas

·  IVB         - Ipse Venana Bibas                   - Bebas tu mesmo teu veneno

·  E a palavra PAX (PAZ) e nas mais medalhas mais antigas: IESUS

Por isto, a oração de São Bento, que aconselho seja rezada todos os dias é redigida assim:
A Cruz sagrada seja minha Luz              
Não seja o demônio meu guia                 
Retira-te Satanás                                   
Nunca me aconselhes coisas vãs          
É mal o que tu me ofereces                   
Bebe tu mesmo do teu veneno              

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