terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Homilia do Papa Francisco sobre o DIALOGO (24/01/2014)


Homilia do Papa Francisco sobre o DIALOGO (24/01/2014, capela da Casa de Santa Marta)


O diálogo constrói-se com a humildade, até à custa de «engolir muitos sapos», porque não podemos deixar que no nosso coração se ergam «muros» de ressentimento e ódio.

Para a homilia inspirou-se no trecho do primeiro livro de Samuel (24, 3-21), que narra o confronto entre Saul e David. «Ontem – recordou o Papa – ouvimos a palavra de Deus que nos fazia ver o que o ciúme e a inveja causam nas famílias, nas comunidades cristãs». São atitudes negativas que sempre «levam a contendas e divisões. Inclusive ao ódio». E «vimos isto no coração de Saul contra David: ele sentia ciúme» a tal ponto «que queria matá-lo».

Mas «hoje – prosseguiu – a palavra de Deus faz-nos ver outro comportamento: o de David», o qual «sabia muito bem que corria perigo; sabia que o rei queria matá-lo». E encontrou-se numa situação em que poderia matar o rei e acabar a história». No entanto, «escolheu outro caminho»; preferindo «o caminho da aproximação, do esclarecimento da situação, da explicação. O caminho do diálogo para fazer as pazes».

Ao contrário, o rei Saul «ruminava estas amarguras no seu coração», insultava David «porque acreditava que era seu inimigo. E isto aumentava no seu coração». Infelizmente, afirmou o Papa, «estas imaginações crescem sempre quando as ouvimos dentro de nós. E erguem um muro que nos afasta da outra pessoa». Deste modo acabamos por permanecer «isolados no caldo amargo dos nossos ressentimentos».

Eis que David, «com a inspiração do Senhor», interrompe este mecanismo de ódio «e diz: não, eu quero dialogar contigo!». E assim, explicou o Pontífice, «começa o caminho da paz. Com o diálogo». Contudo, advertiu, «dialogar não é fácil», mas somente «com o diálogo podemos construir pontes de relação e não muros que nos afastam». E frisou – «para dialogar é necessária a humildade». O exemplo de David demonstra-o.

Depois, o Papa afirmou que a base do diálogo é formada por três elementos: humildade, mansidão e fazer-se tudo para todos. Depois, sugeriu um conselho prático: para iniciar o diálogo «é necessário não deixar passar muito tempo». De fato, os problemas devem ser enfrentados «o mais rápido possível, assim que a tempestade passar». É preciso «aproximar-se imediatamente do diálogo porque o tempo faz crescer o muro».

E, concluiu, pedindo a intervenção de «são Francisco de Sales, doutor da doçura», que nos conceda «a graça de construir pontes com os outros, jamais muros».

Nenhum comentário:

Postar um comentário