Historia
da Imaculada Conceição de Maria
Foi
assim: Ana e Joaquim já estavam casados há cerca de vinte anos sem que
conseguissem ter filhos, o que entre os judeus da época era visto quase como
uma maldição. Certa feita, Joaquim teve sua oferenda recusada no templo, já
que, por não ter filhos, ele não parecia estar nas boas graças do Senhor.
Decepcionado e sentindo que aquela era ainda mais uma punição do Senhor,
Joaquim decidiu se retirar para as montanhas com seu rebanho, abandonando Ana.
De acordo com o Evangelho de São Tiago, Joaquim
teria se recolhido em retiro, jejuando e se abstendo da companhia da mulher.
Ana
que já não tinha filhos, se viu também abandonada pelo marido e resolveu orar,
pedindo ajuda ao Senhor. Em resposta às suas preces, apareceu um anjo do Senhor
que a tranqüilizou, avisando que suas preces tinham sido ouvidas e que em breve
seu marido retornaria e eles teriam o tão esperado filho. O mesmo anjo apareceu
a Joaquim na montanha, para onde ele havia se retirado com seu rebanho,
instruindo-o a voltar para casa por que Ana, sua mulher, havia concebido o
filho que tanto desejava.
Joaquim
obedeceu prontamente e, ao encontrar com Ana, os dois teriam se abraçado e
trocado um beijo no rosto – momento que foi, erroneamente, retratado como o
instante em que se teria dado a concepção de Maria. Segundo ambos evangelhos,
portanto, a semente que gerou Maria, no ventre de Ana foi plantada pelo Senhor.
Apesar
de Alguns teólogos e Doutores da Igreja, como Santo Anselmo, São Bernardo e São
Boaventura, chegarem a negar a Imaculada Conceição de Maria, São Tomás de
Aquino, o grande doutor da Igreja deixa claro o ponto.
No
livro primeiro dos comentários dos livros das Sentenças (Sent.), escrito
provavelmente em 1252 e quando São Tomás contava apenas 27 anos de idade, ainda
no início de sua atividade acadêmica em Paris, ele escreveu o seguinte:
"Ao terceiro, respondo dizendo que se consegue a
pureza pelo afastamento do contrário: por isso, pode haver alguma criatura que,
entre as realidades criadas, nenhum seja mais pura do que ela, se não houver
nela nenhum contágio do pecado; e tal foi a pureza da Virgem Santa, que foi
imune do pecado original e do atual." (I Sent., d. 44, q. 1, a. 3)
Depois,
na segunda parte do Compêndio de Teologia (CTh.), que pertence a um período
anterior ao da elaboração da III da Suma Teológica, escrito quando Tomás já
contava com cerca de 42 anos de idade, sendo provavelmente do ano de 1267,
escreveu:
"Como se verificou anteriormente, a Beata Virgem
Maria tornou-se Mãe de Deus concebendo do Espírito Santo. Para corresponder à
dignidade de um Filho tão excelso, convinha que ela também fosse purificada de
modo extremo. Por isso, deve-se crer que ela foi imune de toda nódoa de pecado
atual, não somente de pecado mortal, bem como de venial, graça jamais concedida
a nenhum outro santo abaixo de Cristo... Ela não foi imune apenas de pecado
atual, como também, por privilégio especial, foi purificada do pecado original." (CTh. c. 224)
Finalmente,
no final da sua vida, aos 48 anos, escreveu em seu sermão Expositio super Salutatione angelicae: “Ela é, pois, puríssima também quanto à culpa, pois nunca incorreu em
nenhum pecado, nem original, nem mortal ou venial”.
No dia
8 de dezembro de 2007 o papa Bento XVI, após a recitação do Angelus, comentou
que nesta festa solene se recorda que "o
mistério da graça de Deus envolveu desde o primeiro instante de sua existência
à criatura destinada a converter-se na Mãe do Redentor, preservando-a do
contágio com o pecado original. Ao contemplá-la, reconhecemos a altura e a
beleza do projeto de Deus para cada ser humano: chegar a ser santos e
imaculados no amor (Efésios 1, 4), a
imagem de nosso Criador."
Fonte:
Pesquisa de Márcia Bonnet e documentos de São Tomás de Aquino
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